Saudações filhos da fé. Aqui está um livro, guia para jovens, que adquiri em 2007, na minha época em que eu estava no Seminário Teológico, e foi também meu guia nas aulas de ensino religioso que ministrei para muitos jovens da Escola Municipal Realino do Jandaia, em Anápolis Go, um tempinho de estágio ali, foi mesmo uma oportunidade para que eu pudesse ajudar os jovens ali do bairro, e aos "problemáticos" da escola, foi uma oportunidade em tanto como professor voluntário por alguns meses, uma oportunidade me concedida pela amiga irmã em Cristo Romilda Castro, coordenadora na época. Na verdade, eu não segui o padrão de aula do ensino religioso, pois não tenho formação na área, não sou pedagogo, quebrei o protocolo, tive alguns probleminhas com pais de alguns jovens porque estavam nascendo ali formadores de opinião e questionadores, e o que mais me importou e também para a Romilda uma senhora também cristã e parceira de ministério, preocupada com o alto índice de violência doméstica, criminalidade e drogas entre os jovens do bairro, foi em ganhar a confiança da maioria deles, poder ouvir suas histórias, conflitos sanados e a semente do Evangelho germinada em seus corações.
Foi algo maravilhoso, e até pouco tempo eu tinha contato com alguns alunos da época, cheguei a visitar e até tocar com alguns jovens músicos que se tornara cristão. A mensagem que eu deixo é: Independente das dificuldades que possam surgir diante de um desafio, mesmo estando sozinho, vá e faça a diferença, quebre paradigmas e protocolos, aceite as oportunidades.
Pr. Michael Rossane
Quando Deus não faz sentido...
Eu gostaria de voltar nossa atenção para um novo conceito que irá ajudá-los a permanecerem firmes quando as dificuldades e o estresse os desafiarem durante essa década decisiva.
O texto que se segue foi extraído do meu livro quando Deus Não Faz Sentido, e lida com a nossa incapacidade de explicar todas as coisas que Ele faz em nossas vidas, especialmente quando nuvens de tempestade se amontoam em nosso céu. Quero mostrar-lhe algumas ilustrações desse tipo de confusão.
Chuck Frye tinha 17 anos, era um rapaz brilhante, bastante inteligente e motivado. Depois de terminar o segundo grau, como um dos melhores alunos da turma, ele foi para a universidade, onde continuou a brilhar nos estudos. Após receber o seu diploma de bacharel em ciências, ele se inscreveu como candidato em várias escolas de medicina.
A disputa para a admissão às escola de medicina foi, e é, feroz. Naquela época eu era professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Sul da Califórnia, onde somente 106 dentre os 6.000 candidatos eram aceitos como alunos. Esta era a situação típica das escolas de medicina naquela época. A despeito de obstáculos desse porte, Chuck foi aceito na Faculdade de Medicina do Arizona, e começou seu treinamento médico.
Durante o primeiro ano, Chuck começou a pensar no chamado de Deus para a sua vida. Ele começou a pensar em deixar de lado a medicina de alta tecnologia - que seria mais lucrativa - em benefício de algo que pudesse usar num campo missionário no estrangeiro. Isto acabou tornando- se seu plano definitivo para o futuro. No entanto no final do seu primeiro ano de estudos Chuck não estava se sentindo muito bem.
Ele começou a experimentar uma fadiga estranha e contínua. Ele marcou uma consulta e rapidamente recebeu seu diagnóstico. Tinha leucemia em estágio avançado. Em Novembro Chuck já estava morto.
Como poderiam os inconsoláveis pais de Chuck, e como poderíamos nós, descobrir algum sentido num ato tão incompreensível da parte de Deus? Este jovem amava Deus de todo o seu coração e a única coisa com que realmente se importava era fazer a Sua vontade. Por que foi levado ainda tão novo, apesar de todas as orações agonizantes apresentadas diante de Deus por seus familiares que eram crentes no Senhor e por todos os seus amigos fiéis? Deus claramente lhes disse "Não" Mas por que?
Milhares de médicos conseguem formar-se todos os anos, mesmo quando suas intenções não são tão nobres. Somente uma pequena minoria planeja dedicar suas vidas profissionais aos excluídos do mundo. Mas aqui estava uma maravilhosa exceção. Se Chuck vivesse, poderia ter cuidado de milhares de pessoas pobres e carentes que, sem ele, morreriam sem a menor esperança sequer. Ele não pensava em ajudar tais pessoas somente curando os seus corpos, mas levando também a elas a grande nova do evangelho, que era o seu maior desejo. Por isso sua morte simplesmente não fez o menor sentido.
"Deus claramente lhes disse "Não". Mas, por que?
Tente visualizar as milhares de pessoas desesperadas que o Dr. Chuck Frye poderia ajudar, algumas com câncer, outras com tuberculose, algumas com problemas congênitos e mesmo algumas crianças pequenas demais para entenderem o porque de suas dores. Por que a divina Providência lhes negaria este maravilhoso serviço?
Existe ainda uma outra dimensão através da qual devemos olhar para que a história de Chuck se complete. Ele tinha ficado noivo e iria se casar em Março do ano seguinte à sua entrada na Faculdade de Medicina.
Sua noiva, que se chamava Karen Ernst, também era uma serva consagrada do Senhor Jesus Cristo. Ela soube da doença terminal do noivo seis semanas após seu noivado, mas mesmo assim continuou com os planos do casamento. Eles se tornaram marido e mulher quatro meses antes de sua trágica morte. Karen então entrou na Faculdade de Medicina da Universidade do Arizona, e após sua formatura tornou-se missionária na Suazilândia, no Sul da África. A Dra. Frye serviu lá até o ano de 1992, num hospital evangélico. Estou certo de que ela se perguntava- em meio a tanto sofrimento - por que não foi permitido a seu brilhante marido cumprir sua missão como seu colega de profissão. Na verdade, eu também fiz essa pergunta.
"Os planos de Deus para esse jovem são um mistério e permanecerão assim".
Os grandes teólogos do mundo podem gastar os seus próximos cinquenta anos tentando dar uma resposta satisfatória para o dilema que a morte de Chuck representa, mas não conseguirão. Os propósitos de Deus para a morte desse jovem são um mistério e permanecerão assim.
Por que ele orou tanto para ser admitido na faculdade e foi ouvido, se não iria conseguir terminar o curso? De onde veio o chamado para que ele fosse missionário? Por que Deus deu tanto talento a um jovem que jamais poderia usá-lo? Por que sua vida foi cortada tão prematuramente, enquanto muitos viciados em drogas, alcoólatras, e criminosos chegam até à velhice como um fardo para a sociedade? Essas questões são mais fáceis de formular do que responder. E... existem muitas outras.
Tudo o que Podemos Perguntar É "Por Que?" Porque as tragédias acontecem?
O Senhor ainda não revelou por que Ele permitiu que quatro grandes amigos meus morressem num desastre de avião em 1987. Eles estavam entre os melhores homens cristãos que jamais conheci. Hugo Schoellkopf era um empresário e um membro capaz da diretora de Focus on The Family. George Clark era presidente de um banco, e um verdadeiro gigante. O Dr. Trevor Mabery, era um excelente cirurgião que fazia aproximadamente cinquenta por cento de suas operações sem cobrar nada de seus pacientes. Ele procurava ajudar todas as pessoas que tivessem dificuldades financeiras e Creath Davis era um pastor e autor amado por milhares de pessoas.
Eles eram amigos íntimos que regularmente se encontravam para estudar juntos a Palavra, e se incentivarem mutuamente na prática daquilo que aprendiam. Eu amava aqueles quatro homens. Eu estive com eles na noite antes desse último voo, quando seu avião bimotor caiu nas montanhas de Absaroka, em Wyoming. Não houve sobreviventes. Agora suas preciosas esposas e filhos se encontram sozinhos, lutando pela vida.
Por que? Qual propósito houve para essa perda trágica? Por que os filhos de Hugo e Gail, as crianças mais jovens das quatro famílias, foram privadas da influência de seu sábio e amoroso pai, durante esses anos em que se forma o caráter? Eu não sei, apesar de o Senhor ter dado a Gail sabedoria e força para executar essa difícil tarefa sozinha.
À primeira menção desse "terrível por que?", eu sempre penso em nossos queridos amigos, Jerry e Mary White. O Dr. White é presidente dos navegadores, uma organização internacional dedicada a conhecer Cristo e fazê-lo conhecido. Os White são pessoas maravilhosas que amam o Senhor e vivem por sua Palavra.
Mas eles também já tiveram a sua parcela de sofrimento. Por muitos meses, seu filho Steve dirigiu um táxi, enquanto tentava uma carreira radiofônica, mas ele nunca conseguiu alcançar seu sonho. Steve foi assassinado por um passageiro tarde da noite, numa cidade normalmente pacata chamada Colorado Springs.
O assassino era um notório criminoso, viciado em drogas, que tinha uma longa ficha criminal. Quando foi preso, disse à polícia que ele tinha chamado o táxi com a intenção de atirar em qualquer motorista que viesse pegá-lo. Vários outros motoristas poderiam ter respondido. Mas foi Steve White quem atendeu à chamada telefônica. Foi uma brutalidade aleatória, sem qualquer razão ou nexo. Isto ocorreu a uma família que tem honrado e servido a Deus por anos, trabalhando para Cristo em tempo integral.
Outros exemplos de inexplicáveis tristezas e dificuldades poderiam encher as prateleiras da maior biblioteca do mundo, e cada pessoa na terra poderia contribuir com suas próprias ilustrações. Guerras, fome, doença, desastres naturais, e mortes inesperadas nunca são coisas fáceis de racionalizar. Mas tragédias em grande escala dessa natureza são muitas vezes menos problemáticas para um indivíduo do que as circunstâncias que nos confrontam pessoalmente.
Câncer, insuficiência renal, doenças do coração, síndrome de morte infantil súbita, paralisia cerebral, síndrome de Down, divórcio, estrupo, solidão, rejeição, fracassos, infertilidade, viuvez - estas e outras milhões de razões do sofrimento humano produzem perguntas inevitáveis que afligem a nossa alma. Por que Deus permitiu que isso acontecesse comigo?! É uma pergunta que muitos crentes e também muitos pagãos têm lutado para responder. E, contrariando os ensinamentos cristãos em alguns círculos, geralmente o Senhor não se apressa em explicar o que Ele está fazendo.
A Soberania de Deus
Se você crê que Deus tem a obrigação de se explicar para nós, você deveria examinar as Escrituras. Salomão escreveu em Provérbios 25.2:
"A glória de Deus é encobrir as coisas..." Isaías 45.15 diz: "Verdadeiramente tu és um Deus que te ocultas." I Coríntios 2.11 diz: "Ninguém conhece os pensamentos do Senhor a não ser o Espírito do Senhor." Deuteronômio 29.29 afirma:
"As coisas encobertas pertencem ao Senhor." Eclesiastes 11.5 proclama: "Como tu não conheces o caminho do vento, ou como é formado o corpo no ventre da mulher, então tu não podes entender as obras de Deus, o criador de todas as coisas." Isaías 55.8,9 ensina: " Pois os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os meus caminhos os vossos caminhos", diz o Senhor.
"Assim como os céus são mais altos que a terra, do mesmo modo os meus caminhos são mais altos que os vossos caminhos e os meus pensamentos mais altos que os vossos pensamentos".
Claramente as Escrituras nos dizem que nos falta a capacidade de entender a mente infinita de Deus e o modo como Ele intervém em nossa vida. Quão arrogante de nossa parte seria pensar de outro modo! Tentar analisar Sua onipotência seria o mesmo que uma ameba tentar analisar o comportamento de um homem. Romanos 11.33 indica que os juízos do Senhor são "insondáveis", e que os Seus caminhos são "inescrutáveis".
A mesma linguagem é encontrada em 1 Coríntios 2.16: "Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo?", Claramente, a menos que Deus decida explicar- Se a nós, o que Ele não faz com muita frequência, Sua motivação e Seu propósito estão além do alcance do homem mortal.
O que isso significa em termos práticos é que muitas de nossas perguntas, especialmente aquelas que iniciam com a expressão "Por que?", terão que permanecer sem resposta no tempo presente.
O apóstolo Paulo se refere ao problema das questões não respondidas quando escreve: "Porque agora vemos como por espelho; então o veremos face a face. Agora conheço em parte; mas então conhecerei plenamente, assim como sou plenamente conhecido" (1 Co 13.12). Paulo estava explicando que não teremos uma visão total das coisas até que nos encontremos na eternidade, e em consequência disto devemos aprender a aceitar o entendimento parcial das coisas.
O Maravilhoso Plano de Deus?
Infelizmente muitos crentes novos - e alguns crentes veteranos, também não sabem que haverá momentos na vida de cada um de nós, quando as circunstâncias simplesmente não terão lógica, quando Deus parecerá não fazer sentido. Este aspecto da fé cristã não é muito divulgado. Nós tendemos a ensinar aos novos crentes as porções da nossa teologia que são mais atraentes para o pensamento secular.
Por exemplo, a Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo (um ministério evangélico que eu respeito bastante), distribuiu milhões de livretos intitulados "As Quatro Leis Espirituais". O primeiro desses quatro princípios diz, "Deus o ama e tem um maravilhoso plano para sua vida". Essa afirmação certamente é verdadeira. No entanto, ela implica que o crente sempre compreenderá "o maravilhoso plano" e que ele ou ela irá aprová-lo. Isto pode não ser verdade.
Para algumas pessoas tais como Joni Eareckson tada, o "maravilhoso plano" significa viver em uma cadeira de rodas como uma tetraplégica. Para outros, isso pode significar uma morte prematura, pobreza, ou o desprezo da sociedade. Para o profeta Jeremias isso significou ser lançado num calabouço escuro. Para os outros personagens bíblicos isso significou sua execução.
Mesmo nas mais terríveis circunstâncias, no entanto, o plano de Deus é "maravilhoso" porque qualquer coisa em harmonia com a sua vontade "coopera para o bem daqueles que amam a Deus, e foram chamados para o seu propósito" (Rm 8:28).
Não é difícil entender quão confuso tudo isso pode parecer, especialmente para vocês que são jovens. Durante os anos de nossa juventude, quando a nossa saúde é boa, e as provações, fracassos e tristezas ainda não se manifestaram nos nossos mundos tranquilos, é relativamente fácil encaixar as peças nos lugares certos. Vocês podem crer honestamente, e com razoável evidência, que tudo sempre será assim. Por isso, neste ponto de suas vidas, vocês se tornam extremamente vulneráveis a confusões espirituais.
O Dr. Richard Selzer é cirurgião e também um dos meus autores favoritos. Ele escreve as mais belas e compassivas descrições de seus pacientes e dos dramas humanos que eles enfrentam. Em seu livro Cartas para um Jovem Doutor, ele diz que em sua maioria os jovens parecem estar protegidos, durante um tempo, por uma membrana imaginária que os protege do horror. Eles andam dentro dessa membrana todos os dias, mas quase não percebem a sua presença.
Como o sistema imunológico protege o corpo humano da ameaça invisível de uma bactéria nociva, de igual modo essa membrana imaginária os protege das situações que ameaçam a vida. Nem todas as pessoas jovens têm essa proteção, é claro, porque crianças morrem de câncer, de problemas congênitos no coração, e outras desordens. Mas muitos deles são protegidos- e nem percebem isso.
Então, à medida que os anos passam, um dia o inesperado acontece. Sem o menor aviso, essa membrana se parte, e o horror surge na vida de uma pessoa, ou então na vida de alguém que ela ama. É nesse momento que ocorre uma inesperada crise teológica.
Maior Amor não Há
Então o que é que eu estou sugerindo? Que o nosso Pai celestial não se importa, ou não se preocupa com seus vulneráveis filhos e filhas, e que Ele prega em nós, meros mortais, uma peça cósmica cruel? É quase uma blasfêmia escrever coisa tão sem sentido. Em toda descrição que as Escrituras fazem a respeito de Deus, elas O revelam como um Deus de amor e bondade infinitos, que cuida ternamente de Seus filhos e guia os passos daqueles que lhe são fiéis. Ele fala de nós como "Seu povo, o rebanho do seu pasto" (Sl 100:3). Seu grande amor fez com que enviasse o seu único Filho como sacrifício pelos nossos pecados, para que escapássemos de uma punição tão imensamente severa. Ele fez isso porque "amou ao mundo de tal maneira" (Jo 3.16).
O apóstolo Paulo expressa essa ideia do seguinte modo:
"Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos ou demônios, nem o presente, nem o porvir, nem os principados, nem a altura, nem a profundidade, nem nenhuma outra criatura qualquer poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 8.38,39).
Isaías traduziu esta mensagem diretamente do coração de Deus: "Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça" (Is 41.10). Não, o problema aqui não é com o amor e misericórdia de Deus.
Um dos mais empolgantes conceitos de toda a Escritura é a revelação de que Deus conhece cada um de nós pessoalmente, e que nós estamos em sua mente tanto de dia quanto de noite. Não há um modo simples de entender as plenas implicações do amor com que nos ama o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores. Ele é onipotente e onisciente, majestoso e santo, auto-existente de eternidade a eternidade. Por que Ele se importaria conosco, com nossas necessidades, nosso bem-estar, nossos temores?
Temos falado sobre situações quando Deus não faz sentido. A sua preocupação conosco, meros mortais, é a mais inexplicável de todas elas.
Jó também tinha dificuldade em entender por que o Criador se importaria conosco, simples seres humanos. "Que é o homem, para que tanto o engrandeças, e ponhas sobre ele o teu pensamento, e cada manhã o visites, e cada momento o proves? (Jó 7.17,18). Davi contemplou a mesma questão quando escreveu: "Que é o homem para que te lembres dele?" (Sl 8.4). E novamente no Salmo 139 lemos: "Senhor, tu me sondas e me conheces. Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, tu a conheces, ó Senhor" (V. 1-4). Que conceito incrível!
O Salmo 103.13 diz:
"Como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor se compadece dos seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem". Por outro lado, Ele é comparado a uma mãe em Isaías 66:13: "Como uma mãe consola o seu filho, assim eu vos confortarei".
O grande perigo para pessoas que experimentaram esse tipo de desilusão é que Satanás usará a sua dor para fazê-las sentirem-se vítimas de Deus. Essa é uma armadilha mortal. Quando uma pessoa começa a concluir que não é amada ou é odiada pelo Todo Poderoso, não está muito longe de perder completamente a vontade de viver.
Se você começou a escorregar para dentro deste poço de desespero é extremamente importante que você examine mais uma vez as Escrituras e veja que não é o único a enfrentar esses tipos de provações. Todos os escritores da Bíblia, incluindo os gigantes da fé, passaram por provações semelhantes.
Veja a experiência de José, um dos patriarcas do Velho Testamento. Sua vida inteira estava em frangalhos. Ele era odiado por seus irmãos, que pensaram em assassiná-lo antes de resolverem vendê-lo como escravo. Quando estava no Egito, foi aprisionado, falsamente acusado de tentativa de estupro pela mulher de Potifar, e ameaçado de morte. Não há nenhuma indicação de que Deus tenha explicado a José o modo como estava agindo durante esses anos de dor e que talvez um dia ele viesse a entender e pudesse juntar as peças de sua vida esfacelada. Ele não tinha jeito algum de saber como, por fim, teria uma triunfante reunião com sua família.
Esperava-se dele, assim como de você e de mim, que vivesse a sua vida um dia de cada vez, sem entender completamente as coisas que aconteciam ao seu redor. Mas o que agradou a Deus foi a fidelidade de José quando nada ao seu redor fazia o menor sentido.
Olhe para o martírio de Estevão, que foi apedrejado até a morte por proclamar o nome de Cristo. Pense sobre o apóstolo Tiago, a quem o capítulo doze de Atos dedica um só versículo: "Ele [ Rei Herodes Agripa] tomou a Tiago, irmão de João e o matou à espada (At 12.2). A tradição nos diz que dez dos doze discípulos foram finalmente executados (exceto Judas, que cometeu suicídiO, e João , que foi exilado).
Nós também sabemos que Paulo foi perseguido, apedrejado, açoitado e mais tarde decapitado numa prisão em Roma. A segunda metade do capítulo onze de Hebreus descreve alguns daqueles que sofreram pelo o nome de Jesus Cristo (vv. 35-39).
Leia o último versículo mais uma vez. Note que esses santos viveram na expectativa de uma promessa que ainda não tinha sido cumprida quando eles morreram. Eles nunca tiveram uma explicação plena do que estava acontecendo. A única coisa que eles tinham era a sua fé para mantê-los firmes nos tempos de perseguição. Alguns experimentaram vitórias excepcionais mesmo sob ameaça de morte. Outros foram severamente maltratados, torturados, e até mesmo mortos.
"Enquanto estivermos na terra, talvez nunca saibamos totalmente o propósito do nosso sofrimento, mas sabemos que Deus manterá as suas promessas para conosco". Isto é exatamente o que estamos afirmando.
Então me diga, por favor, onde foi que arranjamos essa ideia de que a vida cristã é um mar de rosas? Onde está a evidência para a teologia do "profetiza e tudo acontecerá", que promete que Deus estará à nossa frente com a sua grande vassoura cósmica, varrendo para longe cada provação e cada incerteza que tivermos? Ao contrário, Jesus falou aos seus discípulos que deveriam esperar sofrimento. Ele diz: "Eu vos digo estas coisas para que tenhais paz. No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo. Eu venci o mundo!" (Jo 16.33).
Pedro não deixou dúvida alguma sobre as dificuldades na vida cristã quando escreveu:
"Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse. Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis" (I Pe 4.12,13).
Esta é a expectativa verdadeira e inequívoca que nos foi dada pelos escritores bíblicos, e mesmo assim parece que estamos determinados a rescrever o texto. Isto nos faz presas fáceis para os enganos de Satanás.
Minha preocupação é que muitos crentes aparentemente sentem que Deus está obrigado a guiá-los por águas tranquilas ou, no mínimo, lhes deve uma explicação completa (e talvez um pedido de desculpas) para as provações que encontram na vida. Nós nunca devemos esquecer que Ele, afinal de contas, é Deus. Ele é majestoso, santo e soberano, e não tem que prestar contas a ninguém.
Deus não é um office-boy que tem que realizar todas as tarefas que Lhe damos. Ele não é um gênio que pula da garrafa para satisfazer os nossos caprichos. Ele não é nosso servo - nós é que somos Seus servos! E a nossa razão de existir é honrar e glorificar o Seu nome.
Assim mesmo, algumas vezes Ele realiza grandes milagres em nosso favor. Algumas vezes Ele prefere explicar suas ações em nossas vidas. Algumas vezes sua presença é tão real como se o tivéssemos encontrado face a face. Muitas outras vezes, porém, quando nada faz sentido - ou quando estamos passando por algo que achamos que "não é justo" - quando nos sentimos sozinhos na sala de espera de Deus - Ele simplesmente diz: "Confie em mim!"
Será que isso quer dizer que estamos destinados a viver deprimidos e vitimados pelas circunstâncias de nossa vida? Certamente não. Paulo diz que nós somos "mais do que vencedores". Ele escreveu em Filipenses:
"Regozijai-vos sempre no Senhor. Outra vez digo, regozijai-vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.
Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e pela súplica, com ações de graças, sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus" (Fp 4.4-7).
Claramente, o que lemos nas Escrituras é um paradoxo. Por um lado, elas nos dizem que devemos esperar sofrimentos e provações que podem nos custar a vida: por outro lado, somos estimulados a sermos gratos e termos "bom ânimo". Como essas idéias contraditórias podem estar juntas? Como podemos ser triunfantes e estar sob intensa pressão ao mesmo tempo? Como podemos estar seguros cercados pelas inseguranças? Este é um mistério que Paulo define como algo que "excede todo entendimento".
A vocês que já passaram por mo-mentos difíceis e estão desesperados por uma palavra de encoraja-mento, eu lhes asseguro que podem confiar no Senhor dos céus e da terra. Lembrem-se do que as Escrituras dizem para não se estribarem no seu "próprio entendimento" (Pv 3.5).
Note que não somos proibidos de tentar entender. Eu passei uma vida inteira tentando entender alguns dos imponderáveis da vida. Mas a Bíblia nos diz especificamente para não nos estribarmos na nossa capacidade de juntar as peças do quebra-cabeças.
"Estribar-se" refere-se a nossa frenética necessidade de respostas - deixando de lado a nossa fé se ela não puder nos dar uma resposta satisfatória. Isso é pressionar a Deus para que Ele se explique - se não... É aqui que nossa vida começa a desmoronar.
"Eu posso assegurar que vocês podem confiar no Senhor dos céus e da terra".
Se nós pudermos entender ainda que uma porção minúscula da majestade do Senhor e da profundidade do Seu amor por nós, poderemos lidar com esses momentos difíceis quando Deus desafia a sensibilidade e a lógica humana. Na verdade, é isto que devemos fazer. Conte com experiências confusas em meio à caminhada, e não perca o ânimo quando elas chegarem. Dê boas vindas a estas situações confusas como se fossem amigas, como oportunidades para que a sua fé cresça. Apegue-se firmemente à sua fé, sem a qual é impossível agradar a Deus.
"Fique firme na dor" quando a sua vez de sofrer chegar. Nunca dê lugar a sentimentos de autocomiseração e vitimização, que são as mais poderosas armas de Satanás contra nós. Em vez disso, guarde as suas perguntas para uma longa conversa na eternidade, e caminhe para o alvo.
Qualquer outra atitude é temerária.
Resumo, resenha por
Pr. @michaelrossane