E falou Moisés a Arão: Isto é o que o Senhor disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou. (Levítico 10.3)
1. Na adoração a Deus, não se deve oferecer nada além daquilo que ele mesmo ordenou.
Qualquer coisa que inserirmos na adoração a Deus precisa ter autorização da Palavra de Deus. As palavras de Moisés foram proferidas por ocasião do juízo de Deus sobre os filhos de Arão por oferecerem fogo estranho. Eles ofereceram fogo que Deus não havia ordenado. Por isso digo que todas as coisas na adoração a Deus precisam ter autorização da Palavra de Deus. É necessário que seja algo ordenado; não é suficiente que não seja proibido.
Eu suplico por sua atenção a isso. Não é suficiente dizer que alguma coisa não é proibida, e qual é o mal que tem isso? Mas é necessário que tenha sido ordenado. Reconheço que, em assuntos civis e naturais, isso pode ser suficiente. Se for apenas de acordo com as regras da prudência e não é proibido na Palavra, podemos fazer uso disso nas coisas civis e naturais. Mas quando se trata de assuntos da religião e da adoração a Deus, precisamos de um mandamento ou algo extraído da Palavra de Deus em que ele manifesta sua vontade, quer seja um mandamento direto, quer seja comparando uma coisa com a outra, ou por meio de inferências claras do que está escrito.
Quando se trata da adoração a Deus, precisamos basear-nos naquilo que ele ordena. Talvez alguém pense:
“Que mal havia em esses sacerdotes, ao oferecerem incenso ao Deus verdadeiro, fazerem uso de fogo estranho?”.
Mas não havia mandamento para o fazerem, e por essa razão não foi aceito. É verdade que existem certas coisas na adoração a Deus que são ajudas naturais e administrativas, e nessas não é necessário que haja um mandamento. Por exemplo, quando vamos adorar a Deus, a congregação se reúne. Ela precisa de um lugar apropriado para se abrigar das intempéries do tempo. Mas isso é apenas um aspecto natural, enquanto eu uso o lugar de adoração como ajuda natural, não preciso de mandamento nenhum.
Quando se trata da adoração a Deus, precisamos basear-nos naquilo que ele ordena. Talvez alguém pense:
“Que mal havia em esses sacerdotes, ao oferecerem incenso ao Deus verdadeiro, fazerem uso de fogo estranho?”.
Mas não havia mandamento para o fazerem, e por essa razão não foi aceito. É verdade que existem certas coisas na adoração a Deus que são ajudas naturais e administrativas, e nessas não é necessário que haja um mandamento. Por exemplo, quando vamos adorar a Deus, a congregação se reúne. Ela precisa de um lugar apropriado para se abrigar das intempéries do tempo. Mas isso é apenas um aspecto natural, enquanto eu uso o lugar de adoração como ajuda natural, não preciso de mandamento nenhum.
Mas se eu quiser colocar algo em um lugar além do que lhe diz respeito, por sua própria natureza, aí preciso procurar um mandamento; porque, se considero um lugar mais santo do que outro, ou penso que Deus deve aceitar adoração em um lugar e não em outro, isso é fazer com que o lugar da adoração se eleve acima da posição que por natureza possui.
Assim, se qualquer coisa criada é elevada com fins religiosos acima da posição que possui por natureza, se não tenho nenhum texto bíblico que me autorize, estarei sendo supersticioso. Essa é uma regra muito útil para ajudar você. Se você faz uso com fins religiosos de qualquer coisa criada além daquilo que ela é em sua própria natureza, se não tem uma autorização da Palavra de Deus (qualquer que seja a forma em que apareça, desde que seja plausível), esse uso é supersticioso.
Havia um lugar que era considerado santo, mas isso tinha sido determinado por Deus. Também com respeito ao vestuário, para usar o que é decente, basta a luz da razão. Mas se eu atribuir ao vestuário qualquer coisa que estiver além da própria natureza dele, como se faz com a sobrepeliz, ora essa! Será que ela possui alguma propriedade a mais em sua própria natureza? Ou isso não é apenas uma instituição humana? Ora, quando alguém, por iniciativa própria, atribui um aspecto religioso a uma coisa, sem autorização da parte de Deus, isso é superstição! Todos nós precisamos ser adoradores obedientes, de boa vontade, e não adoradores obstinados, voluntariosos.
Temos de vir de bom grado adorar a Deus, mas não devemos adorá-lo de acordo com nossa própria vontade. Por isso, o que quer que façamos na adoração a Deus, se não temos autorização para fazê-lo, teremos de calar a boca quando nos for perguntado:
“Quem te mandou trazer isso que tens nas mãos?”.
Em Mateus 15.9, lemos o seguinte:
“Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”.
Em vão! É coisa vã adorar a Deus quando se conta apenas com um mandamento de homem para essa adoração. Se você quer adorar a Deus, é necessário um mandamento de Deus para fazê-lo. Isaías 29.13 mostra como o Senhor se aborrece com todo homem que ensina a temê-lo com seus próprios preceitos:
“Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu”.
Prestemos atenção! Se essas coisas são assim, que o Senhor tenha misericórdia de nós neste assunto. Há razões para você ser humilhado, acredito que cada um de nós, em maior ou menor grau; esta congregação tem muitos motivos, e a maioria das outras congregações a quem se tem ensinado o temor de Deus por meio de preceitos de homens.
Quanta coisa não tem sido acrescentada na adoração a Deus, coisas para as quais não se pode encontrar base na Palavra! Grande parte das coisas são apenas invenções de homens. Mas agora foram banidas essas coisas, porque as pessoas investidas de autoridade as baniram, e você se submeteu a elas. Mas não é suficiente que você se submeta apenas porque as autoridades querem assim. É preciso que se humilhe diante de Deus por causa de toda a tua adoração arbitrária e obstinada, por causa de tua aquiescência a qualquer coisa que diz respeito à adoração a Deus que foi ensinada por preceitos dos homens.
Veja como Deus foi severo com Nadabe e Abiú, simplesmente porque usaram fogo diferente daquele que Deus tinha indicado, embora não houvesse mandamento direto contra fazerem isso. Se o Senhor tem poupado a você e não manifestou nenhum descontentamento, você tem motivo para reconhecer a misericórdia dele e se humilhar por toda a sua falsa adoração. É certo que Deus espera que todo este país se humilhe por causa da sua adoração arbitrária, caso contrário, estamos semeando entre espinhos.
Assim, se qualquer coisa criada é elevada com fins religiosos acima da posição que possui por natureza, se não tenho nenhum texto bíblico que me autorize, estarei sendo supersticioso. Essa é uma regra muito útil para ajudar você. Se você faz uso com fins religiosos de qualquer coisa criada além daquilo que ela é em sua própria natureza, se não tem uma autorização da Palavra de Deus (qualquer que seja a forma em que apareça, desde que seja plausível), esse uso é supersticioso.
Havia um lugar que era considerado santo, mas isso tinha sido determinado por Deus. Também com respeito ao vestuário, para usar o que é decente, basta a luz da razão. Mas se eu atribuir ao vestuário qualquer coisa que estiver além da própria natureza dele, como se faz com a sobrepeliz, ora essa! Será que ela possui alguma propriedade a mais em sua própria natureza? Ou isso não é apenas uma instituição humana? Ora, quando alguém, por iniciativa própria, atribui um aspecto religioso a uma coisa, sem autorização da parte de Deus, isso é superstição! Todos nós precisamos ser adoradores obedientes, de boa vontade, e não adoradores obstinados, voluntariosos.
Temos de vir de bom grado adorar a Deus, mas não devemos adorá-lo de acordo com nossa própria vontade. Por isso, o que quer que façamos na adoração a Deus, se não temos autorização para fazê-lo, teremos de calar a boca quando nos for perguntado:
“Quem te mandou trazer isso que tens nas mãos?”.
Em Mateus 15.9, lemos o seguinte:
“Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”.
Em vão! É coisa vã adorar a Deus quando se conta apenas com um mandamento de homem para essa adoração. Se você quer adorar a Deus, é necessário um mandamento de Deus para fazê-lo. Isaías 29.13 mostra como o Senhor se aborrece com todo homem que ensina a temê-lo com seus próprios preceitos:
“Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu”.
Prestemos atenção! Se essas coisas são assim, que o Senhor tenha misericórdia de nós neste assunto. Há razões para você ser humilhado, acredito que cada um de nós, em maior ou menor grau; esta congregação tem muitos motivos, e a maioria das outras congregações a quem se tem ensinado o temor de Deus por meio de preceitos de homens.
Quanta coisa não tem sido acrescentada na adoração a Deus, coisas para as quais não se pode encontrar base na Palavra! Grande parte das coisas são apenas invenções de homens. Mas agora foram banidas essas coisas, porque as pessoas investidas de autoridade as baniram, e você se submeteu a elas. Mas não é suficiente que você se submeta apenas porque as autoridades querem assim. É preciso que se humilhe diante de Deus por causa de toda a tua adoração arbitrária e obstinada, por causa de tua aquiescência a qualquer coisa que diz respeito à adoração a Deus que foi ensinada por preceitos dos homens.
Veja como Deus foi severo com Nadabe e Abiú, simplesmente porque usaram fogo diferente daquele que Deus tinha indicado, embora não houvesse mandamento direto contra fazerem isso. Se o Senhor tem poupado a você e não manifestou nenhum descontentamento, você tem motivo para reconhecer a misericórdia dele e se humilhar por toda a sua falsa adoração. É certo que Deus espera que todo este país se humilhe por causa da sua adoração arbitrária, caso contrário, estamos semeando entre espinhos.
Toda a reforma que se processa em nosso meio não tem sentido se não existe humilhação por causa de nossa falsa adoração. Não é suficiente que passemos agora a praticar a verdadeira adoração a Deus; precisamos ser humilhados por causa da nossa adoração falsa. E esta é a primeira observação que fazemos: na adoração a Deus, não pode haver nada senão aquilo que Deus ordena.
2. Na questão da adoração, Deus insiste em coisas pequenas.
Essas coisas parecem insignificantes e pequenas demais para nós, mas Deus insiste nelas quando o assunto é adoração, pois não há outra coisa em que se manifeste mais a prerrogativa de Deus do que na adoração. Os príncipes insistem muito em suas prerrogativas. Ora, Deus escreveu a lei da adoração natural em nosso coração. Mas existem outras coisas na adoração a Deus que não estão escritas em nosso coração, coisas que dependem unicamente da vontade de Deus revelada em sua Palavra, coisas que não seriam deveres se não tivessem sido reveladas nela. E elas são de natureza tal que não vemos razão nenhuma para existirem a não ser isto: Deus quer que seja assim.
2. Na questão da adoração, Deus insiste em coisas pequenas.
Essas coisas parecem insignificantes e pequenas demais para nós, mas Deus insiste nelas quando o assunto é adoração, pois não há outra coisa em que se manifeste mais a prerrogativa de Deus do que na adoração. Os príncipes insistem muito em suas prerrogativas. Ora, Deus escreveu a lei da adoração natural em nosso coração. Mas existem outras coisas na adoração a Deus que não estão escritas em nosso coração, coisas que dependem unicamente da vontade de Deus revelada em sua Palavra, coisas que não seriam deveres se não tivessem sido reveladas nela. E elas são de natureza tal que não vemos razão nenhuma para existirem a não ser isto: Deus quer que seja assim.
Existem muitos tipos de cerimônia para manifestar honra aos príncipes que não têm razão alguma de ser, mas são praticados unicamente por serem instituições civis assim ordenadas.
“Não é verdade que Deus fez descer fogo do céu sobre o altar, e não é verdade que ele ordenou que esse fogo fosse preservado no altar para o seu serviço? Então, com certeza, deve ser a vontade de Deus que façamos uso deste fogo, em vez de oferecer outro fogo qualquer”.
Deus esperava que eles raciocinassem assim, mas pelo fato de não terem percebido a vontade de Deus raciocinando desse modo, a mão de Deus pesou sobre os dois. Eles pecaram; pode ter sido por ignorância, mas foi por sua própria conta e risco. Se os dois desconheciam a vontade de Deus quando era possível conhecê-la, apesar de estar revelada apenas de modo implícito e ter de ser entendida por meio da comparação de vários textos bíblicos, isso era por conta e risco deles mesmos.
Esse é um ponto muito necessário para nós, pois o vão coração do homem, quando Deus exige alguma coisa que não convém aos seus próprios fins, discorda e se indispõe contra essa exigência.
“Onde é que está escrito?” dirá ele. “Você pode me apresentar um texto bíblico específico sobre esse assunto? Só creio se você me apresentar algum texto específico provando isso”.
E assim ele permanecerá até que sejam apresentados vários textos bíblicos que proíbam tal coisa ou ordenem que se faça outra.
Mas irmãos, se vocês são do tipo de gente que não evita nada nem passa a fazer nada se não tiver por base palavras claras das Escrituras, é possível que, por conta própria, estejam avançando em direção a perigos e a pecados terríveis. Saibam que Deus revelou grande parte da sua vontade de maneira que só é possível conhecê-la juntando as peças aqui e ali. E Deus espera de vocês o seguinte: mediante o exame das Escrituras, se uma coisa mais do que outra parecer a sua vontade, vocês devem seguir o caminho que mais parece ser a vontade de Deus.
Já temos dito que, em matéria de adoração, precisamos de ordem vinda da Palavra, mas isso não significa que em tudo precisamos de uma ordem direta, expressa. Como acontece muitas vezes em certas pinturas, a grande arte consiste na fusão de perspectivas. Vocês não têm como dizer que a beleza se encontra neste ou naquele traço, pois ela reside no conjunto.
“Eu, que estou provocando a Deus com meus pecados, o que é que posso esperar que me aconteça? Por mais que eu pense que não, a infinita sabedoria de Deus vai descobrir o que estou fazendo e trará sobre mim o juízo que me cabe”.
Leve isso em consideração e tome cuidado com o pecado.
9. Com algumas pessoas, Deus logo aplica o seu juízo.
Pode acontecer de ele poupar a outros por longo tempo, mas com respeito a você, talvez diga:
“Você não pecará duas vezes”.
Se você se arrisca a uma primeira vez, pode ser que Deus puna com a morte. Foi isso que ele fez com Nadabe e Abiú, pois tinham acabado de ser consagrados. Segundo os comentaristas bíblicos, eles estiveram em consagração por sete dias, e esse foi o primeiro dia em que se apresentaram para exercer seu ofício. E em seu primeiro ato, Deus os fulminou. Que isso nos faça tremer. O Senhor age rápido com alguns, ao passo que é paciente com outros, mas não tome liberdades pelo fato de ele ter sido paciente com os outros. Talvez ele remova você ao primeiro pecado, e com prontidão exerça juízo contra você.
10. A santidade de um dever não livrará nunca a pessoa que deixa de exercê-lo de maneira adequada.
O sacerdócio era um dever santo. Eles eram verdadeiros sacerdotes de Deus, e vieram para oferecer incenso ao Deus verdadeiro. O incenso que ofereceram era do tipo certo. Só houve o seguinte desvio: eles não traziam o fogo que Deus queria que trouxessem. Por esse desvio, Deus os atacou, todo o bem que havia naquele dever não os livrou do que aconteceu.
Considerem isso, vocês que executam vários deveres santos. Guardem-se de achar que possuem a liberdade de se desencaminhar de alguma maneira. Não pensem que, pelo fato de os deveres serem realmente bons e santos, e que, pelo fato de executar esses deveres, vocês podem se arriscar a misturar as coisas. Guardem-se de misturar qualquer mal, de cometer qualquer desvio em alguma coisa santa. Mesmo que vocês tenham executado mil tarefas santas, isso não é nenhum salvo-conduto para se conduzir mal na execução dessas mesmas tarefas.
11. O Senhor é terrível em seu santuário.
É o que está no Salmo 68.35:
“Ó Deus, tu és tremendo nos teus santuários”.
Quando temos de lidar com Deus, quem consegue permanecer diante deste Deus santo?
“Nosso Deus é um fogo consumidor.”
O Senhor se manifesta aqui de modo pavoroso, a ponto de fulminar com fogo esses dois sacerdotes, como em Ezequiel 9.6, onde Deus diz:
“Começai pelo meu santuário”.
Deus é terrível para com aqueles que se atrevem a se aproximar dele com más intenções ou são profanos quando o fazem. Ele é terrível para com aqueles que estão perto dele. Deus quer que cada um de nós trema na sua presença.
12. Com muita frequência, os juízos de Deus estão estreitamente relacionados aos pecados dos homens.
Aqui, eles pecaram com fogo e pelo fogo foram consumidos. Eles transgrediram por meio de fogo estranho, e Deus os fulminou com fogo estranho. Muitas vezes, os juízos de Deus correspondem à maneira como os homens cometem seus pecados. Assim como aqui o juízo ocorreu por meio de fogo, noutra ocasião vemos que ocorreu por meio de água. Faraó peca ao jogar os filhinhos do povo de Israel na água, e Deus o lança no mar.
“Se queres afogar os outros na água, providenciarei bastante água para ti”, disse Deus. E assim acontece também aqui: “Se vocês querem se envolver com fogo estranho, fogo estranho terão”, disse Deus.
Muitas vezes, Deus exerce juízos para com os pecadores para que a sua justiça se torne mais evidente. Deus, com frequência, faz com que as próprias coisas em que pecamos sejam, elas mesmas (ou alguma outra coisa do mesmo tipo), os verdugos da sua ira. Foi isso o que aconteceu com os judeus. Eles venderam Cristo por trinta moedas de prata, e depois trinta deles foram vendidos por um centavo. E assim também a história de Adoni-Bezeque, no primeiro capítulo do livro de Juízes. Ele tinha sido cruel a ponto de cortar os dedos polegares das mãos e dos pés de setenta reis. E assim aconteceu também com ele mesmo. É comum acontecer aos homens de espírito cruel e furioso se deparar também com homens de espírito cruel e furioso.
Vamos aplicar isso de maneira específica. Vocês que são filhos teimosos com seus pais, se Deus permitir que continuem vivendo, é provável que se deparem com a mesma atitude em seus filhos. E quando vocês, que são pais, se deparam com um filho teimoso, devem refletir:
“Não é justo que Deus me trate assim?”
E vocês que são empregados empedernidos com seus patrões, quando tiverem seus próprios empregados, eles também serão assim com vocês. Talvez vocês tenham sido infiéis com seus líderes. Quando vocês estiverem em posição de liderança, é certo que agirão dessa mesma maneira com vocês. Você deve se humilhar e dizer:
“Deus é justo por permitir que isso aconteça, que ele me castigue da mesma maneira como procedi”.
13. Eles ofereceram fogo estranho. Tomemos cuidado, todos nós, com esse assunto de trazer fogo estranho em nosso serviço a Deus.
Pergunta: O que significa trazer fogo estranho em nosso serviço a Deus?
Resposta: Conheço vários autores que discorrem sobre o assunto. Ambrósio disse que esse fogo estranho são as paixões e a avareza. Quero que vocês considerem o seguinte: acima de qualquer outro fogo estranho, tomem cuidado com o fogo estranho da paixão e da ira, especialmente na adoração a Deus. Em toda e qualquer ocasião em que perceberem seu coração irritado e inflamado pela ira, quando estiverem para adorar a Deus, lembrem-se dessa passagem bíblica. Nadabe e Abiú foram consumidos por Deus, com fogo vindo da parte dele, por terem ido à presença de Deus com fogo estranho.
Talvez seu coração arda em amor quando você vem à presença de Deus. Ore com fervor, pois é isso que as Escrituras ordenam. Precisamos, de fato, ser inflamados em oração pelo Espírito Santo em nosso coração, mas com certeza não devemos ir com o fogo da paixão ou da ira.
“... levantando mãos santas, sem ira e sem contenda” (1 Tm 2.8).
Se vocês têm estado exacerbados e o coração de vocês têm se inflamado desse modo, acalmem o coração antes de orar. E assim também, quando vierem ouvir a Palavra, se o coração estiver inflamado de paixão, certifiquem-se de aquietá-lo antes de virem para ouvir a Palavra.
“... acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma” (Tg 1.21).
Quando vocês vierem participar da Ceia do Senhor, guardem-se de fazê-lo com ira e malícia, pois, se o fizerem dessa maneira, estarão oferecendo fogo estranho. Isso é algo que deve ser levado em consideração, especialmente pelos ministros que vão pregar. Eles devem tomar cuidado para não trazerem fogo estranho ao púlpito, ou seja, ousarem apresentar seus próprios sentimentos e paixões. Fui persuadido com respeito a essa prescrição antes mesmo de saber qualquer coisa sobre pregação. O homem designado para revelar a ira de Deus precisa calar a sua própria ira. Essa é, com certeza, uma prescrição para todos os pregadores, pois o Senhor envia seus pregadores para tornar conhecida a sua ira contra os pecados dos homens; mas quanto mais tornam conhecida a ira divina, mais devem calar a sua própria. E assim, quando eles, da maneira mais clara possível, manifestarem a ira de Deus, mais será aceita a pregação deles.
Agora, é verdade que um coração carnal pode estar sempre pronto a pensar que, quando um pregador fala com zelo verdadeiro por Deus, está se dirigindo especificamente a ele. Acautelem-se contra isso.
Desse modo, Deus ordena algumas maneiras de honrá-lo que a criatura não entende, para as quais não vê razão de existir, mas são executadas apenas porque a vontade de Deus é que o sejam.
Deus insiste muito em coisas pequenas, mesmo que os homens pensem não fazer diferença entre usar este ou aquele fogo e se perguntem:
“E daí? Este fogo não queima tão bem quanto aquele outro?”.
Mas Deus insiste no assunto. E foi assim também com a arca. Quando Uzá apenas tocou a arca, que estava caindo porque os bois tropeçaram, nós pensamos que não foi uma coisa grande; mas um toque na arca lhe custou a vida. Não existe nada pequeno na adoração a Deus; ele insiste firmemente no assunto.
Quando se trata do sábado, o assunto se refere à adoração a Deus. O que é que tem um pobre homem juntar uns poucos gravetos no sábado? Mas Deus trata o assunto com firmeza. E assim também quando os homens de Bete-Semes só espiaram dentro da arca, isso custou a vida de uns cinquenta mil e setenta homens.
Quando se trata de algo santo, referente à sua adoração, ele não permitirá abusos de forma alguma. Aprendamos a prestar atenção às pequenas coisas que se referem à adoração a Deus, e a não pensar:
“Puxa! Como essa gente é detalhista e preocupada com esse tipo de coisa sem importância!”.
Se você ainda não é diligente nesse assunto, é porque ainda não compreende a natureza da adoração ao Criador. Deus é bom e mesmo assim insiste em coisas pequenas quando se trata da sua adoração.
3. Não há privilégios nem posições entre os homens que consigam protegê-los da correção de Deus.
Em primeiro lugar, Moisés, o homem de Deus, era tio deles. Arão, esse grande instrumento da glória de Deus, era pai deles. Eles eram homens recentemente consagrados à função de sacerdotes. Eram homens famosos, sobre quem Deus tinha colocado muita glória, mas, como se arriscaram a ofender a Deus nesse pequeno ponto, a ira de Deus desceu sobre eles e os matou instantaneamente.
Deus insiste muito em coisas pequenas, mesmo que os homens pensem não fazer diferença entre usar este ou aquele fogo e se perguntem:
“E daí? Este fogo não queima tão bem quanto aquele outro?”.
Mas Deus insiste no assunto. E foi assim também com a arca. Quando Uzá apenas tocou a arca, que estava caindo porque os bois tropeçaram, nós pensamos que não foi uma coisa grande; mas um toque na arca lhe custou a vida. Não existe nada pequeno na adoração a Deus; ele insiste firmemente no assunto.
Quando se trata do sábado, o assunto se refere à adoração a Deus. O que é que tem um pobre homem juntar uns poucos gravetos no sábado? Mas Deus trata o assunto com firmeza. E assim também quando os homens de Bete-Semes só espiaram dentro da arca, isso custou a vida de uns cinquenta mil e setenta homens.
Quando se trata de algo santo, referente à sua adoração, ele não permitirá abusos de forma alguma. Aprendamos a prestar atenção às pequenas coisas que se referem à adoração a Deus, e a não pensar:
“Puxa! Como essa gente é detalhista e preocupada com esse tipo de coisa sem importância!”.
Se você ainda não é diligente nesse assunto, é porque ainda não compreende a natureza da adoração ao Criador. Deus é bom e mesmo assim insiste em coisas pequenas quando se trata da sua adoração.
3. Não há privilégios nem posições entre os homens que consigam protegê-los da correção de Deus.
Em primeiro lugar, Moisés, o homem de Deus, era tio deles. Arão, esse grande instrumento da glória de Deus, era pai deles. Eles eram homens recentemente consagrados à função de sacerdotes. Eram homens famosos, sobre quem Deus tinha colocado muita glória, mas, como se arriscaram a ofender a Deus nesse pequeno ponto, a ira de Deus desceu sobre eles e os matou instantaneamente.
Tomemos cuidado, então, para não nos arriscarmos, pensando que seremos poupados porque já prestamos algum serviço no passado. Se os maiores não são poupados em consideração a todos os seus privilégios, como é que nós, pobres vermes, nos atrevemos a nos arriscar provocando a ira de Deus? Você que é uma criatura sem valor e de nenhuma utilidade neste mundo tem o atrevimento de provocar o Senhor, que irou- -se com homens tão úteis e que fizeram grandes trabalhos, ao ponto de derramar, de repente, a sua ira sobre eles?
Se víssemos um príncipe não poupando seu auxiliar favorito ou executando os nobres que estão perto dele, se o víssemos tirando a vida deles por causa de uma ofensa (por menor que parecesse aos nossos olhos), como então isso não faria tremer o pobre povo quando fizesse alguma coisa que merecesse a ira do seu príncipe? Está vendo? Nem todos os privilégios e grandezas exteriores juntos pouparão alguém do golpe da justiça de Deus. Eles não deveriam poupar o homem do golpe da justiça humana.
Se víssemos um príncipe não poupando seu auxiliar favorito ou executando os nobres que estão perto dele, se o víssemos tirando a vida deles por causa de uma ofensa (por menor que parecesse aos nossos olhos), como então isso não faria tremer o pobre povo quando fizesse alguma coisa que merecesse a ira do seu príncipe? Está vendo? Nem todos os privilégios e grandezas exteriores juntos pouparão alguém do golpe da justiça de Deus. Eles não deveriam poupar o homem do golpe da justiça humana.
É verdade que, entre os homens, as pessoas pobres vão para a prisão quando cometem alguma transgressão, mas os homens importantes escapam da pena. Mas com Deus não é assim, pois Nadabe e Abiú eram homens importantes e famosos.
4. Quanto maior é a importância ou o cargo das pessoas, maior é o perigo que correm se não agirem corretamente.
Vemos isso no fato que Nadabe e Abiú eram os dois filhos mais velhos de Arão, e as Escrituras dizem que Eleazar e Itamar, os outros dois filhos de Arão, escaparam e não foram consumidos. Por quê? Porque os dois filhos mais velhos ocupavam a função e o privilégio de vir e oferecer o incenso e — ocupando cargo mais elevado que os mais novos, mas não agindo com o cuidado que lhes era devido — o Senhor os matou, ao passo que os mais jovens foram poupados.
Dessa maneira, muitas vezes, aqueles que se encontram em condição inferior, escapam, ao passo que os que ocupam condição mais elevada são fulminados. Que as pessoas que estão nalguma condição mais elevada tomem cuidado, pois o perigo que correm é maior. E você, que está em condição inferior, não tenha inveja daqueles que estão em posição mais elevada, pois talvez você esteja mais seguro em sua condição inferior do que aqueles que estão numa posição mais alta.
5. O início de coisas muito importantes às vezes é marcado por grandes dificuldades e perturbações.
Faço esta observação com base no fato de Nadabe e Abiú terem sido fulminados bem no início do seu sacerdócio. Suponha que fosse instituída uma nova função pública na comunidade, função que se ocupasse do bem público da nação, e bem no início da instituição dessa função ocorresse um desastre que repercutisse em todo o país, como se Deus do céu tivesse feito alguma coisa contra os que ocupavam essa função. Imagine que na primeira vez que os juízes se dirigissem à tribuna, Deus os fulminasse do céu ali mesmo. Isso seria uma poderosa razão para ofuscar a glória e a honra dessa função.
4. Quanto maior é a importância ou o cargo das pessoas, maior é o perigo que correm se não agirem corretamente.
Vemos isso no fato que Nadabe e Abiú eram os dois filhos mais velhos de Arão, e as Escrituras dizem que Eleazar e Itamar, os outros dois filhos de Arão, escaparam e não foram consumidos. Por quê? Porque os dois filhos mais velhos ocupavam a função e o privilégio de vir e oferecer o incenso e — ocupando cargo mais elevado que os mais novos, mas não agindo com o cuidado que lhes era devido — o Senhor os matou, ao passo que os mais jovens foram poupados.
Dessa maneira, muitas vezes, aqueles que se encontram em condição inferior, escapam, ao passo que os que ocupam condição mais elevada são fulminados. Que as pessoas que estão nalguma condição mais elevada tomem cuidado, pois o perigo que correm é maior. E você, que está em condição inferior, não tenha inveja daqueles que estão em posição mais elevada, pois talvez você esteja mais seguro em sua condição inferior do que aqueles que estão numa posição mais alta.
5. O início de coisas muito importantes às vezes é marcado por grandes dificuldades e perturbações.
Faço esta observação com base no fato de Nadabe e Abiú terem sido fulminados bem no início do seu sacerdócio. Suponha que fosse instituída uma nova função pública na comunidade, função que se ocupasse do bem público da nação, e bem no início da instituição dessa função ocorresse um desastre que repercutisse em todo o país, como se Deus do céu tivesse feito alguma coisa contra os que ocupavam essa função. Imagine que na primeira vez que os juízes se dirigissem à tribuna, Deus os fulminasse do céu ali mesmo. Isso seria uma poderosa razão para ofuscar a glória e a honra dessa função.
Assim, qualquer pessoa seria levada a pensar que isso foi uma razão enorme para ofuscar para sempre a glória e a honra do sacerdócio. Mas Deus não se preocupa com isso. Muitas vezes, o início de coisas grandes é ofuscado por acontecimentos tristes; por isso, não nos escandalizemos ao ver algo triste acontecer no princípio de coisas importantes. Pois, embora aconteçam coisas tristes no início, Deus pode fazer prosperar essas coisas importantes assim como o fez com o sacerdócio.
6. Aqueles que assumem posições públicas, especialmente posições relacionadas com a adoração a Deus, precisam ter muito temor de Deus já no início quando começam a exercer essas funções.
Isso seria um bom tema se eu fosse pregar a um grupo de ministros. Vemos que o Senhor matou Nadabe e Abiú por causa dessa pequena falta (pequena aos nossos olhos) logo depois que foram consagrados. Isso é um assunto que diz respeito especialmente aos ministros, e por isso vou deixá-lo de lado.
7. A sétima observação é muito apropriada e útil para todos nós: é propósito de Deus que todos reconheçamos a sua vontade, mesmo nas declarações da sua Palavra que não são muito claras.
Ainda que ele não declare a sua vontade de maneira plena e em termos claros, se existe alguma coisa em sua Palavra por meio da qual podemos entender a vontade de Deus, ele espera que a entendamos por meio da sua Palavra. Se não o fizermos, será por nossa própria conta e risco.
Objeção: Você pode argumentar:
“Como é que eles podiam saber que a vontade de Deus era que não oferecessem um fogo qualquer, mas apenas o fogo do altar?”
Resposta: Eles deveriam ter raciocinado da seguinte forma:
6. Aqueles que assumem posições públicas, especialmente posições relacionadas com a adoração a Deus, precisam ter muito temor de Deus já no início quando começam a exercer essas funções.
Isso seria um bom tema se eu fosse pregar a um grupo de ministros. Vemos que o Senhor matou Nadabe e Abiú por causa dessa pequena falta (pequena aos nossos olhos) logo depois que foram consagrados. Isso é um assunto que diz respeito especialmente aos ministros, e por isso vou deixá-lo de lado.
7. A sétima observação é muito apropriada e útil para todos nós: é propósito de Deus que todos reconheçamos a sua vontade, mesmo nas declarações da sua Palavra que não são muito claras.
Ainda que ele não declare a sua vontade de maneira plena e em termos claros, se existe alguma coisa em sua Palavra por meio da qual podemos entender a vontade de Deus, ele espera que a entendamos por meio da sua Palavra. Se não o fizermos, será por nossa própria conta e risco.
Objeção: Você pode argumentar:
“Como é que eles podiam saber que a vontade de Deus era que não oferecessem um fogo qualquer, mas apenas o fogo do altar?”
Resposta: Eles deveriam ter raciocinado da seguinte forma:
“Não é verdade que Deus fez descer fogo do céu sobre o altar, e não é verdade que ele ordenou que esse fogo fosse preservado no altar para o seu serviço? Então, com certeza, deve ser a vontade de Deus que façamos uso deste fogo, em vez de oferecer outro fogo qualquer”.
Deus esperava que eles raciocinassem assim, mas pelo fato de não terem percebido a vontade de Deus raciocinando desse modo, a mão de Deus pesou sobre os dois. Eles pecaram; pode ter sido por ignorância, mas foi por sua própria conta e risco. Se os dois desconheciam a vontade de Deus quando era possível conhecê-la, apesar de estar revelada apenas de modo implícito e ter de ser entendida por meio da comparação de vários textos bíblicos, isso era por conta e risco deles mesmos.
Esse é um ponto muito necessário para nós, pois o vão coração do homem, quando Deus exige alguma coisa que não convém aos seus próprios fins, discorda e se indispõe contra essa exigência.
“Onde é que está escrito?” dirá ele. “Você pode me apresentar um texto bíblico específico sobre esse assunto? Só creio se você me apresentar algum texto específico provando isso”.
E assim ele permanecerá até que sejam apresentados vários textos bíblicos que proíbam tal coisa ou ordenem que se faça outra.
Mas irmãos, se vocês são do tipo de gente que não evita nada nem passa a fazer nada se não tiver por base palavras claras das Escrituras, é possível que, por conta própria, estejam avançando em direção a perigos e a pecados terríveis. Saibam que Deus revelou grande parte da sua vontade de maneira que só é possível conhecê-la juntando as peças aqui e ali. E Deus espera de vocês o seguinte: mediante o exame das Escrituras, se uma coisa mais do que outra parecer a sua vontade, vocês devem seguir o caminho que mais parece ser a vontade de Deus.
Já temos dito que, em matéria de adoração, precisamos de ordem vinda da Palavra, mas isso não significa que em tudo precisamos de uma ordem direta, expressa. Como acontece muitas vezes em certas pinturas, a grande arte consiste na fusão de perspectivas. Vocês não têm como dizer que a beleza se encontra neste ou naquele traço, pois ela reside no conjunto.
É a fusão das perspectivas que produz a beleza da tela. Assim também nas Escrituras, não há como dizer que este ou aquele traço prova o todo, mas coloquemos todos juntos e surgirá então uma figura da vontade de Deus. Podemos discernir que a vontade dele é esta e não aquela, e nossa obrigação é seguir este caminho.
É possível que Nadabe e Abiú tenham visto que deveriam usar o fogo do altar em vez de outro fogo qualquer, mas se atreveram a usar fogo estranho porque não tinham uma Palavra expressa. Você pode ver que tudo aconteceu por conta e risco deles mesmos. Oh, tome cuidado para não resistir e lutar contra aquilo que é ordenado simplesmente porque não o vê expresso de maneira clara! O Senhor ordenou as coisas assim, especialmente no Novo Testamento, para a normatização da igreja.
É possível que Nadabe e Abiú tenham visto que deveriam usar o fogo do altar em vez de outro fogo qualquer, mas se atreveram a usar fogo estranho porque não tinham uma Palavra expressa. Você pode ver que tudo aconteceu por conta e risco deles mesmos. Oh, tome cuidado para não resistir e lutar contra aquilo que é ordenado simplesmente porque não o vê expresso de maneira clara! O Senhor ordenou as coisas assim, especialmente no Novo Testamento, para a normatização da igreja.
Você não encontrará mandamentos explícitos para uma grande quantidade de coisas, e também nem sempre achará um exemplo claro. Mas compare uma coisa com outra, e aquilo que parece mais próximo da mente de Deus deve ser suficiente para nos compelir a andar segundo o que parece mais de acordo com o que está nas Escrituras. Um coração humilde chegará logo a esse entendimento; outro homem, não.
É fácil perceber que, em coisas que ajudam as pessoas a alcançar seus próprios objetivos, não se faz necessário grande esforço para persuadi-los, embora um ou outro possa levantar alguma objeção. Facilmente poderia provar isso, mas não considero o púlpito um lugar apropriado para lidar com coisas desse tipo. As pessoas concordam com coisas que as ajudam a alcançar seus próprios objetivos e caminhos, mas outras coisas, que crucificam a carne, que se opõem à frouxidão e trazem os homens sob o governo de Cristo, contra essas coisas elas se posicionam.
É fácil perceber que, em coisas que ajudam as pessoas a alcançar seus próprios objetivos, não se faz necessário grande esforço para persuadi-los, embora um ou outro possa levantar alguma objeção. Facilmente poderia provar isso, mas não considero o púlpito um lugar apropriado para lidar com coisas desse tipo. As pessoas concordam com coisas que as ajudam a alcançar seus próprios objetivos e caminhos, mas outras coisas, que crucificam a carne, que se opõem à frouxidão e trazem os homens sob o governo de Cristo, contra essas coisas elas se posicionam.
Eles precisam de instruções claras e específicas, ordens específicas e claras da Palavra, tim-tim por tim-tim, caso contrário, não se submeterão de maneira alguma. Esse é um ponto que, se Deus fixasse em nosso coração, seria de grande proveito. Um coração gracioso enxergará a verdade por meio de uma pequena fenda. Mas é de surpreender o trabalho que dá a convencer um homem a respeito de algum aspecto da vontade de Deus, antes que seja humilhado, e como é fácil convencer um homem depois que já foi humilhado.
8. Os pecadores podem se deparar com alguns juízos de Deus que nunca foram anunciados em sua Palavra.
Em lugar nenhum, Deus tinha feito a ameaça: “Eu consumirei com fogo do céu todo aquele que oferecer fogo estranho”. Eles se depararam com um juízo que não tinha sido prenunciado. Considere isso! Pode ser que você fique com medo, quando apresentamos claramente, por meio da Palavra, como Deus fala contra este e aquele pecado. Mas fique sabendo que, se você se aventura nos caminhos do pecado, talvez se depare com juízos horríveis, que Deus nunca sequer mencionou.
8. Os pecadores podem se deparar com alguns juízos de Deus que nunca foram anunciados em sua Palavra.
Em lugar nenhum, Deus tinha feito a ameaça: “Eu consumirei com fogo do céu todo aquele que oferecer fogo estranho”. Eles se depararam com um juízo que não tinha sido prenunciado. Considere isso! Pode ser que você fique com medo, quando apresentamos claramente, por meio da Palavra, como Deus fala contra este e aquele pecado. Mas fique sabendo que, se você se aventura nos caminhos do pecado, talvez se depare com juízos horríveis, que Deus nunca sequer mencionou.
Juntamente com todos os juízos que aparecem anunciados no Livro de Deus, você pode dar de encontro com juízos jamais ouvidos, inesperados. Assim como Deus tem misericórdias muito além daquelas que claramente revelou em sua Palavra — “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” — assim Deus tem juízos muito além dos que estão pronunciados em sua Palavra.
Às vezes, quando os ministros de Deus expõem as ameaças que se encontram na Palavra de Deus, você pensa que são terríveis; mas fica sabendo que Deus, no tesouro dos seus juízos, tem coisas mais terríveis do que aquilo que ele jamais revelou em sua Palavra. Por isso, aprenda a tremer não apenas diante do que está revelado na Palavra de Deus contra o seu pecado, mas diante do que ainda se pode descobrir, na infinita justiça, poder e sabedoria de Deus, para ser executado contra os pecadores. Pois vocês que são pecadores, e especialmente se são pecadores ousados e arrogantes, podem esperar se deparar com qualquer mal que uma sabedoria infinita é capaz de criar e que um poder infinito é capaz de fazer desabar sobre vocês. Você comete este e aquele pecado. Talvez não saiba de nenhuma ameaça específica de juízo contra esse pecado, mas pensa da seguinte maneira:
Às vezes, quando os ministros de Deus expõem as ameaças que se encontram na Palavra de Deus, você pensa que são terríveis; mas fica sabendo que Deus, no tesouro dos seus juízos, tem coisas mais terríveis do que aquilo que ele jamais revelou em sua Palavra. Por isso, aprenda a tremer não apenas diante do que está revelado na Palavra de Deus contra o seu pecado, mas diante do que ainda se pode descobrir, na infinita justiça, poder e sabedoria de Deus, para ser executado contra os pecadores. Pois vocês que são pecadores, e especialmente se são pecadores ousados e arrogantes, podem esperar se deparar com qualquer mal que uma sabedoria infinita é capaz de criar e que um poder infinito é capaz de fazer desabar sobre vocês. Você comete este e aquele pecado. Talvez não saiba de nenhuma ameaça específica de juízo contra esse pecado, mas pensa da seguinte maneira:
“Eu, que estou provocando a Deus com meus pecados, o que é que posso esperar que me aconteça? Por mais que eu pense que não, a infinita sabedoria de Deus vai descobrir o que estou fazendo e trará sobre mim o juízo que me cabe”.
Leve isso em consideração e tome cuidado com o pecado.
9. Com algumas pessoas, Deus logo aplica o seu juízo.
Pode acontecer de ele poupar a outros por longo tempo, mas com respeito a você, talvez diga:
“Você não pecará duas vezes”.
Se você se arrisca a uma primeira vez, pode ser que Deus puna com a morte. Foi isso que ele fez com Nadabe e Abiú, pois tinham acabado de ser consagrados. Segundo os comentaristas bíblicos, eles estiveram em consagração por sete dias, e esse foi o primeiro dia em que se apresentaram para exercer seu ofício. E em seu primeiro ato, Deus os fulminou. Que isso nos faça tremer. O Senhor age rápido com alguns, ao passo que é paciente com outros, mas não tome liberdades pelo fato de ele ter sido paciente com os outros. Talvez ele remova você ao primeiro pecado, e com prontidão exerça juízo contra você.
10. A santidade de um dever não livrará nunca a pessoa que deixa de exercê-lo de maneira adequada.
O sacerdócio era um dever santo. Eles eram verdadeiros sacerdotes de Deus, e vieram para oferecer incenso ao Deus verdadeiro. O incenso que ofereceram era do tipo certo. Só houve o seguinte desvio: eles não traziam o fogo que Deus queria que trouxessem. Por esse desvio, Deus os atacou, todo o bem que havia naquele dever não os livrou do que aconteceu.
Considerem isso, vocês que executam vários deveres santos. Guardem-se de achar que possuem a liberdade de se desencaminhar de alguma maneira. Não pensem que, pelo fato de os deveres serem realmente bons e santos, e que, pelo fato de executar esses deveres, vocês podem se arriscar a misturar as coisas. Guardem-se de misturar qualquer mal, de cometer qualquer desvio em alguma coisa santa. Mesmo que vocês tenham executado mil tarefas santas, isso não é nenhum salvo-conduto para se conduzir mal na execução dessas mesmas tarefas.
11. O Senhor é terrível em seu santuário.
É o que está no Salmo 68.35:
“Ó Deus, tu és tremendo nos teus santuários”.
Quando temos de lidar com Deus, quem consegue permanecer diante deste Deus santo?
“Nosso Deus é um fogo consumidor.”
O Senhor se manifesta aqui de modo pavoroso, a ponto de fulminar com fogo esses dois sacerdotes, como em Ezequiel 9.6, onde Deus diz:
“Começai pelo meu santuário”.
Deus é terrível para com aqueles que se atrevem a se aproximar dele com más intenções ou são profanos quando o fazem. Ele é terrível para com aqueles que estão perto dele. Deus quer que cada um de nós trema na sua presença.
12. Com muita frequência, os juízos de Deus estão estreitamente relacionados aos pecados dos homens.
Aqui, eles pecaram com fogo e pelo fogo foram consumidos. Eles transgrediram por meio de fogo estranho, e Deus os fulminou com fogo estranho. Muitas vezes, os juízos de Deus correspondem à maneira como os homens cometem seus pecados. Assim como aqui o juízo ocorreu por meio de fogo, noutra ocasião vemos que ocorreu por meio de água. Faraó peca ao jogar os filhinhos do povo de Israel na água, e Deus o lança no mar.
“Se queres afogar os outros na água, providenciarei bastante água para ti”, disse Deus. E assim acontece também aqui: “Se vocês querem se envolver com fogo estranho, fogo estranho terão”, disse Deus.
Muitas vezes, Deus exerce juízos para com os pecadores para que a sua justiça se torne mais evidente. Deus, com frequência, faz com que as próprias coisas em que pecamos sejam, elas mesmas (ou alguma outra coisa do mesmo tipo), os verdugos da sua ira. Foi isso o que aconteceu com os judeus. Eles venderam Cristo por trinta moedas de prata, e depois trinta deles foram vendidos por um centavo. E assim também a história de Adoni-Bezeque, no primeiro capítulo do livro de Juízes. Ele tinha sido cruel a ponto de cortar os dedos polegares das mãos e dos pés de setenta reis. E assim aconteceu também com ele mesmo. É comum acontecer aos homens de espírito cruel e furioso se deparar também com homens de espírito cruel e furioso.
Vamos aplicar isso de maneira específica. Vocês que são filhos teimosos com seus pais, se Deus permitir que continuem vivendo, é provável que se deparem com a mesma atitude em seus filhos. E quando vocês, que são pais, se deparam com um filho teimoso, devem refletir:
“Não é justo que Deus me trate assim?”
E vocês que são empregados empedernidos com seus patrões, quando tiverem seus próprios empregados, eles também serão assim com vocês. Talvez vocês tenham sido infiéis com seus líderes. Quando vocês estiverem em posição de liderança, é certo que agirão dessa mesma maneira com vocês. Você deve se humilhar e dizer:
“Deus é justo por permitir que isso aconteça, que ele me castigue da mesma maneira como procedi”.
13. Eles ofereceram fogo estranho. Tomemos cuidado, todos nós, com esse assunto de trazer fogo estranho em nosso serviço a Deus.
Pergunta: O que significa trazer fogo estranho em nosso serviço a Deus?
Resposta: Conheço vários autores que discorrem sobre o assunto. Ambrósio disse que esse fogo estranho são as paixões e a avareza. Quero que vocês considerem o seguinte: acima de qualquer outro fogo estranho, tomem cuidado com o fogo estranho da paixão e da ira, especialmente na adoração a Deus. Em toda e qualquer ocasião em que perceberem seu coração irritado e inflamado pela ira, quando estiverem para adorar a Deus, lembrem-se dessa passagem bíblica. Nadabe e Abiú foram consumidos por Deus, com fogo vindo da parte dele, por terem ido à presença de Deus com fogo estranho.
Talvez seu coração arda em amor quando você vem à presença de Deus. Ore com fervor, pois é isso que as Escrituras ordenam. Precisamos, de fato, ser inflamados em oração pelo Espírito Santo em nosso coração, mas com certeza não devemos ir com o fogo da paixão ou da ira.
“... levantando mãos santas, sem ira e sem contenda” (1 Tm 2.8).
Se vocês têm estado exacerbados e o coração de vocês têm se inflamado desse modo, acalmem o coração antes de orar. E assim também, quando vierem ouvir a Palavra, se o coração estiver inflamado de paixão, certifiquem-se de aquietá-lo antes de virem para ouvir a Palavra.
“... acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma” (Tg 1.21).
Quando vocês vierem participar da Ceia do Senhor, guardem-se de fazê-lo com ira e malícia, pois, se o fizerem dessa maneira, estarão oferecendo fogo estranho. Isso é algo que deve ser levado em consideração, especialmente pelos ministros que vão pregar. Eles devem tomar cuidado para não trazerem fogo estranho ao púlpito, ou seja, ousarem apresentar seus próprios sentimentos e paixões. Fui persuadido com respeito a essa prescrição antes mesmo de saber qualquer coisa sobre pregação. O homem designado para revelar a ira de Deus precisa calar a sua própria ira. Essa é, com certeza, uma prescrição para todos os pregadores, pois o Senhor envia seus pregadores para tornar conhecida a sua ira contra os pecados dos homens; mas quanto mais tornam conhecida a ira divina, mais devem calar a sua própria. E assim, quando eles, da maneira mais clara possível, manifestarem a ira de Deus, mais será aceita a pregação deles.
Agora, é verdade que um coração carnal pode estar sempre pronto a pensar que, quando um pregador fala com zelo verdadeiro por Deus, está se dirigindo especificamente a ele. Acautelem-se contra isso.
Acredito que vocês tenham tido pouca ocasião de ser tentados nesse sentido neste lugar, mas uma coisa eu sei: é dever dos ministros de Deus se certificar de não apresentar senão o fogo do Espírito de Deus, o fogo que retiraram do altar, sendo a língua deles tocada por uma dessas brasas. Eles não devem vir com suas próprias paixões para promover a justiça de Deus. Não, a ira do homem não produz a justiça de Deus.
Vamos apresentar, ainda, umas poucas particularidades, e depois chegaremos aos três pontos principais.
R.C. Sproul
Biografias & Estudos
Extraído do Livro: Adoração Evangélica de Jeremiah Burroughs por R.C. Sproul
Jeremiah Burroughs (1600 -1646)
Vamos apresentar, ainda, umas poucas particularidades, e depois chegaremos aos três pontos principais.
R.C. Sproul
Biografias & Estudos
Extraído do Livro: Adoração Evangélica de Jeremiah Burroughs por R.C. Sproul
Jeremiah Burroughs (1600 -1646)